Pedro Sertão Silva

Pensamentos, reflexões, exposição de ideias, imagens...Uma visão num ângulo particular. No sertão da Paraíba fazendo o bem.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Pedro Luís no Sertão da Paraíba: Cavalo de Tróia - O Inimigo Está Dentro da Igreja

Pedro Luís no Sertão da Paraíba: Cavalo de Tróia - O Inimigo Está Dentro da Igreja: Um comentário mordaz e irônico comum nos anos 80: dizia-se que no Brasil não havia necessidade de terremotos, nem vulcões, as catástrof...

Suicídio de Pastores - Cavalo de Tróia, o Inimigo Está Dentro da Igreja



Um comentário mordaz e irônico comum nos anos 80: dizia-se que no Brasil não havia necessidade de terremotos, nem vulcões, as catástrofes aqui vinham através dos ministros da área econômica), o inimigo estava dentro), uma alusão aos desastrosos pacotes que levaram nossa economia ao fundo do poço. Os anos 80 foram considerados a década perdida, somando, também a primeira metade dos anos 90.  
Mas, a reflexão que trago é sobre a Igreja Brasileira e seus líderes doentes.
Alguns dizem que, no contexto de batalha espiritual, não há mais necessidade de inimigos externos ao cristianismo.
Santos têm tombado no campo missionário brasileiro e não é por causa de perseguição externa. Não existe nenhum local no Brasil onde é proibido evangelizar.

É verdade que ocorrem algumas dificuldades no alcançar algumas tribos, por questões políticas e, ou conflito de percepções, com a FUNAI; fatos isolados, residuais, que não merecem destaques algum, em regiões como o sertão nordestino, um preconceito ali, outro aqui.

Por muitas décadas não se morre no Brasil por causa de perseguição clara ao evangelho, aliás, morreu-se pouco comparativamente a outras nações.
Como explicar então os fatos verídicos abaixo relacionados? (Preservando nomes e locais por respeito as  famílias e denominações).

Esposa de um pastor enforcou-se, o marido alegou tristeza profunda por causa da distância de casa (família) e falta de apoio, ausência de visitas e telefonemas ou mesmo e-mail.

Jovem idealista enlouqueceu: Solteiro, determinado a servir o Senhor com todas as suas forças. Contribuiu em varias igrejas local, desde lavando banheiro, capinando mato, até pregando a palavra de casa em casa ou em praça pública, expondo o filme Jesus nas pequenas cidades e povoados do Sertão. Enlouqueceu. Antes de surtar ele falava para alguns que não entendia os defeitos, o egoísmo, a agressividade e a cobiça dos líderes por dinheiro e posição. Ele desistiu de tentar entender entregou-se a insanidade. Hoje anda como um homem dos tempos de Jesus (afirma ele), vestido com panos, sem tomar banho e tendo a estrutura das igrejas atuais e seus líderes, como Agentes da Escuridão tentando confundir o povo de Deus.

Missionária, frustrada, por causa do casamento destruído toma veneno de rato. Os médicos não entendem como ela sobreviveu. Depois de ter voltado à ativa, no primeiro dia em que foi a igreja, o pastor, de forma fria e direta, a disciplinou por um ano, afastando-a de sua função (motivo: pecou tentando suicídio). Antes e depois do ocorrido o seu líder nunca lhe fez visita.
Etc, etc...
Os suicídios se multiplicam entre pastores e missionário. A maioria vive isoladas, não compartilham as suas frutrações, dores, crises de fé. Depressão é tabu; demosntrar fraqueza é tabu...
Centenas de líderes no Brasil estão no campo tomando remédios controlados, antidepressivos, calmantes, psicotrópicos... Na maioria dos casos, não tinham problemas, antes da ida a missão.

O campo é guerra, o apoio é pífio, é difícil encontrar-se ombros que acolhem.

A minha constatação não é que as igrejas são somente omissas ou negligentes em sua grande maioria, mas, que falta estrutura espiritual.

Mesmo que queiram exercer a incumbência de apoiar de forma plena os missionários, não amam o suficiente, não entendem a carência de quem está no campo. Boa parte dos responsáveis por missões e plantação de igrejas nunca teve uma experiência de campo, pelo menos de médio prazo. Não entendemos também a complexidade da psiquê, das emoções humanas e não pedimos ajuda.

Muitos estão decepcionados com a estrutura vigente no geral. Alguns mais maduros e humildes percebem que tanto eles (no campo), como os da base não têm a estrutura mínima para o avanço do Reino muito menos em enfrentar este obstáculo de cunhoemocional-mental.

Conheço vários que querem regressar do campo e voltarem a ser comerciantes, bancários, comerciários, advogados, pedreiros...

Não estou me referindo a pessoas medrosas, negligentes, e sim, de apaixonados por Jesus que podem dar a vida por Ele; de estruturas frágeis que não apóiam como deveriam seus profetas, missionários, evangelistas.

Estou denunciando  uma tragédia, na qual temos perdido valores especiais, a maioria no auge da idade de produção para  a expansão do Reino de Deus.

A nossa maior luta no Brasil não é externa, é interna. “Aceitamos o cavalo de tróia dado pelos gregos”. Não há necessidade de inimigos externos. Ele já adentrou as muralhas e estar nos destruindo.
Mas, ainda não é o fim...
Pr. Pedro Sertão Silva