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Suicídio de Pastores - Cavalo de Tróia, o Inimigo Está Dentro da Igreja



Um comentário mordaz e irônico comum nos anos 80: dizia-se que no Brasil não havia necessidade de terremotos, nem vulcões, as catástrofes aqui vinham através dos ministros da área econômica), o inimigo estava dentro), uma alusão aos desastrosos pacotes que levaram nossa economia ao fundo do poço. Os anos 80 foram considerados a década perdida, somando, também a primeira metade dos anos 90.  
Mas, a reflexão que trago é sobre a Igreja Brasileira e seus líderes doentes.
Alguns dizem que, no contexto de batalha espiritual, não há mais necessidade de inimigos externos ao cristianismo.
Santos têm tombado no campo missionário brasileiro e não é por causa de perseguição externa. Não existe nenhum local no Brasil onde é proibido evangelizar.

É verdade que ocorrem algumas dificuldades no alcançar algumas tribos, por questões políticas e, ou conflito de percepções, com a FUNAI; fatos isolados, residuais, que não merecem destaques algum, em regiões como o sertão nordestino, um preconceito ali, outro aqui.

Por muitas décadas não se morre no Brasil por causa de perseguição clara ao evangelho, aliás, morreu-se pouco comparativamente a outras nações.
Como explicar então os fatos verídicos abaixo relacionados? (Preservando nomes e locais por respeito as  famílias e denominações).

Esposa de um pastor enforcou-se, o marido alegou tristeza profunda por causa da distância de casa (família) e falta de apoio, ausência de visitas e telefonemas ou mesmo e-mail.

Jovem idealista enlouqueceu: Solteiro, determinado a servir o Senhor com todas as suas forças. Contribuiu em varias igrejas local, desde lavando banheiro, capinando mato, até pregando a palavra de casa em casa ou em praça pública, expondo o filme Jesus nas pequenas cidades e povoados do Sertão. Enlouqueceu. Antes de surtar ele falava para alguns que não entendia os defeitos, o egoísmo, a agressividade e a cobiça dos líderes por dinheiro e posição. Ele desistiu de tentar entender entregou-se a insanidade. Hoje anda como um homem dos tempos de Jesus (afirma ele), vestido com panos, sem tomar banho e tendo a estrutura das igrejas atuais e seus líderes, como Agentes da Escuridão tentando confundir o povo de Deus.

Missionária, frustrada, por causa do casamento destruído toma veneno de rato. Os médicos não entendem como ela sobreviveu. Depois de ter voltado à ativa, no primeiro dia em que foi a igreja, o pastor, de forma fria e direta, a disciplinou por um ano, afastando-a de sua função (motivo: pecou tentando suicídio). Antes e depois do ocorrido o seu líder nunca lhe fez visita.
Etc, etc...
Os suicídios se multiplicam entre pastores e missionário. A maioria vive isoladas, não compartilham as suas frutrações, dores, crises de fé. Depressão é tabu; demosntrar fraqueza é tabu...
Centenas de líderes no Brasil estão no campo tomando remédios controlados, antidepressivos, calmantes, psicotrópicos... Na maioria dos casos, não tinham problemas, antes da ida a missão.

O campo é guerra, o apoio é pífio, é difícil encontrar-se ombros que acolhem.

A minha constatação não é que as igrejas são somente omissas ou negligentes em sua grande maioria, mas, que falta estrutura espiritual.

Mesmo que queiram exercer a incumbência de apoiar de forma plena os missionários, não amam o suficiente, não entendem a carência de quem está no campo. Boa parte dos responsáveis por missões e plantação de igrejas nunca teve uma experiência de campo, pelo menos de médio prazo. Não entendemos também a complexidade da psiquê, das emoções humanas e não pedimos ajuda.

Muitos estão decepcionados com a estrutura vigente no geral. Alguns mais maduros e humildes percebem que tanto eles (no campo), como os da base não têm a estrutura mínima para o avanço do Reino muito menos em enfrentar este obstáculo de cunhoemocional-mental.

Conheço vários que querem regressar do campo e voltarem a ser comerciantes, bancários, comerciários, advogados, pedreiros...

Não estou me referindo a pessoas medrosas, negligentes, e sim, de apaixonados por Jesus que podem dar a vida por Ele; de estruturas frágeis que não apóiam como deveriam seus profetas, missionários, evangelistas.

Estou denunciando  uma tragédia, na qual temos perdido valores especiais, a maioria no auge da idade de produção para  a expansão do Reino de Deus.

A nossa maior luta no Brasil não é externa, é interna. “Aceitamos o cavalo de tróia dado pelos gregos”. Não há necessidade de inimigos externos. Ele já adentrou as muralhas e estar nos destruindo.
Mas, ainda não é o fim...
Pr. Pedro Sertão Silva

Comentários

  1. Pedro,
    Excelente reflexão. Edificante!
    Um abraço,
    Em Cristo,

    Celso Luiz Castro
    www.seara.org.br
    http://correiomissionario.blogspot.com

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  2. todos os dias temos notícias de grandes catástrofes,terremotos e por que não colocamos grandes vulçôes e nosso meio evangelicos.



    Paz e Graça da parte de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo

    Parabéns por este texto:


    Pr. Valdir

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  3. Estou revisando uma dissertação de mestrado na área de missões.
    Vou encaminhar seu texto ao colega que está escrevendo. Ele já defendeu a tese dele, mas eu quero que veja assim mesmo. É muito importante que a igreja seja incomodada - EU preciso ser incomodado.
    Vc está certíssimo, Pedro. É uma vergonha para nós.
    Mas ainda não é o fim. Que Deus tenha misericórdia.

    Zazo, o nego.

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  4. Profundo e verdadeira esta reflexão querido pastor.

    Que Deus siga te fortalecendo e abençoando ricamente.... Forte abraço!

    WELLISON
    Arapiraca / AL

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    Respostas
    1. Eita que verdades, é sério. Há muitos soldados estourados nos campos de batalha, e outros mortos, sem que ninguém perceba, quem cuidará, quem irá restaurar, quem irá buscá-los? deus tenha misericórdia de nós.

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  5. Poderíamos pensar nos problemas causadores de tudo isso, após isso na solução como, por exemplo nos problemas, podemos dizer que há um déficit na famosa "teoria vs. prática", ou seja, a igreja ou missão responsável pelos missionários enviados muita das vezes não compreende a complexidade que vivem ou estão passando os missionários, as crises existentes do dia-a-dia, dos conflitos travados no campo tanto espiritual como humano. Daí a igreja ou a missão que tem apenas conhecimento teórico acaba sendo insuficiente estruturada para lidar com a situação e com isso deixando o seu próprio soldado ferido no campo. Outra questão a ser abordada poderia ser a cobrança excessiva, do tipo: Total de membros, dízimo arrecadado, sustento da família missionária e etc. Algumas soluções poderia ser apresentadas, a exemplo: O família ou o missionário (a) poderia ter alguém mais próximo acompanhando, ser visitado com frequência, ter férias e visitar seus familiares, ter apoio espiritual, uma palavra amiga (um telefonema, uma visita mesmo que rápida, um abraço e etc.). Hoje falta ombros e sobra pedradas! excelente texto, pastor! Forte abraço no Senhor Jesus Cristo. (y)

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  6. Eita que verdades, é sério. Há muitos soldados estourados nos campos de batalha, e outros mortos, sem que ninguém perceba, quem cuidará, quem irá restaurar, quem irá buscá-los? deus tenha misericórdia de nós.

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    Respostas
    1. No contexto de plantação e frentes missionárias a omissão da igreja é uma realidade, missionários abandonados a própria sorte, esgotados do trabalho árduo e da falta de recursos e ainda precisa lidar com as cobranças de quem está confortávelmente sentado nos seus gabinetes, frios de misericórdia analisando o desempenho do missionário como simplesmente fosse um fabricador de almas. Esse é um tema que devemos nos debruçar e refletir que é preciso cuidar de quem cuida. Vamos orar

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  7. Pra Rachel de Menezes8 de março de 2024 às 14:56

    Verdadeira está palavra....passei por este desprezo quando fomos morar nos Estados Unidos por ordem do Senhor....ninguém se importa.
    Boa e verdadeira reflexão Pr Pedro, Deus continue te abençoando grandemente em nome de Jesus. Pra e amiga Rachel de Menezes

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  8. Boa reflexão, mas no meu entendimento, vejo que o problema não é a estrutura, a igreja ou algo do tipo, mas as expectativas das pessoas que se propõem ao ministério da Palavra.

    Devemos entender que Deus nem sempre vai nos usar para salvar vidas. Nosso chamado maior é anunciar a Palavra e não promover mudanças ou obter resultados no Reino. Claro que isso não deve diminuir nosso amor pelas almas perdidas nem pela igreja de Cristo, porém, que fique claro e inequívoco, que devemos nos gloriar em nossas fraquezas.

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