Irmão Elias: de Analfabeto a Teólogo
Sertanejo, pobre, negro, analfabeto... beradeiro*
Depois que ele se converteu, se deu conta de que achava o máximo quando ganhava uma camisa com um rasgo de quase um palmo nas costas. Era nova para ele. Chegava em um barraco de beira de estrada, o chamado pega bêbado e, orgulhosamente pedia uma lapada de cana, afinal de contas estava com uma "nova roupa".
Ao ouvir corinhos com frases como essas "quero que valorize o que você tem (...) O Espírito Santo se move em você", frases de esperança contidas no Evangelho, começou a despertar para uma realidade além da fome e da miséria. Um ano depois que se converteu foi consagrado a diácono. Nunca tinha entrado numa sala de aula, quando lhe davam oportunidade na igreja, solicitava solenemente para abrirem as bíblias numa passagem especifica que já havia memorizado e simulava estar lendo. Poucos anos depois, chegou em sua cidade um seminário diferente dos que já tinha ouvido falar. Aceitava obreiro analfabeto para estudar lá. No início não se enxergou capaz, nem tampouco digno de estar no seminário. Depois de um tempo, sendo cobrados pelos demais irmãos da igreja com perguntas do tipo: "Por que o irmão Elias não estuda no seminário? O senhor não é diácono?"
Ele já tinha 48 anos. A tendência natural nessa faixa etária é se acomodar. Não é incomum ouvir frases como essa: "Já cheguei a essa idade e não mudei, nem evolui, não vai ser agora que eu vou tentar."
Um belo dia, seu Elias visita a casa da coordenadora daquele seminário, a irmã Sueli, para pegar uma cesta básica. A irmã olhando firme para ele disse: "O irmão sabia que Deus pode e quer fazer grandes coisas na sua vida? Que o você pode aprender a ler, pode até estudar no seminário e que ele tem melhores condições de vida para o irmão?" Elias ao ouvir isso foi tomado de uma forte emoção. E veio à sua mente, dias seguidos, por várias vezes aquela frase: "Deus quer fazer grandes coisas em sua vida!" Ele passou a pensar ainda: pobreza, exploração não é natural não. Eu posso melhorar, eu não nasci para a ignorância, eu nasci para viver descentemente.
Demorou ainda um ano e metade de outro para Elias tomar coragem e declarar a irmã Sueli que gostaria de estudar no seminário. Ela perguntou para ele se já sabia ler. Com a sua negativa, propôs para ele entrar inicialmente como ouvinte e fazer um curso de alfabetização. O seminário tinha também uma turma de alfabetização para adultos, ele foi aceito como aluno na condição de aprender a lê. Segundo Elias foi o dia mais feliz de sua vida, o primeiro dia de aula. Estava ali o "beradeiro", analfabeto estudando com um professor da capital.
Elias hoje faz parte da turma concluinte do curso básico em teologia, depende da pensão da esposa, lê razoavelmente bem e tenta escrever, continua socialmente ainda situado abaixo da linha do ideal, mas conquistou uma estrutura em sua alma que não se pode mensurar.
Nós que fazemos o seminário sertanejo da Juvep acreditamos na libertação proporcionada pelo cristianismo para o homem, promovendo-o a condição de cidadão do céu e, portanto já podendo viver numa percepção de dignidade, direito e valorização de si mesmo e do semelhante alicerçado pelo amor de Jesus, já aqui na terra.
*beradeiro - gente ignorante do sítio, os mesmos são discriminados pelos que moram na zona urbana sertaneja.
Depois que ele se converteu, se deu conta de que achava o máximo quando ganhava uma camisa com um rasgo de quase um palmo nas costas. Era nova para ele. Chegava em um barraco de beira de estrada, o chamado pega bêbado e, orgulhosamente pedia uma lapada de cana, afinal de contas estava com uma "nova roupa".
Ao ouvir corinhos com frases como essas "quero que valorize o que você tem (...) O Espírito Santo se move em você", frases de esperança contidas no Evangelho, começou a despertar para uma realidade além da fome e da miséria. Um ano depois que se converteu foi consagrado a diácono. Nunca tinha entrado numa sala de aula, quando lhe davam oportunidade na igreja, solicitava solenemente para abrirem as bíblias numa passagem especifica que já havia memorizado e simulava estar lendo. Poucos anos depois, chegou em sua cidade um seminário diferente dos que já tinha ouvido falar. Aceitava obreiro analfabeto para estudar lá. No início não se enxergou capaz, nem tampouco digno de estar no seminário. Depois de um tempo, sendo cobrados pelos demais irmãos da igreja com perguntas do tipo: "Por que o irmão Elias não estuda no seminário? O senhor não é diácono?"
Ele já tinha 48 anos. A tendência natural nessa faixa etária é se acomodar. Não é incomum ouvir frases como essa: "Já cheguei a essa idade e não mudei, nem evolui, não vai ser agora que eu vou tentar."
Um belo dia, seu Elias visita a casa da coordenadora daquele seminário, a irmã Sueli, para pegar uma cesta básica. A irmã olhando firme para ele disse: "O irmão sabia que Deus pode e quer fazer grandes coisas na sua vida? Que o você pode aprender a ler, pode até estudar no seminário e que ele tem melhores condições de vida para o irmão?" Elias ao ouvir isso foi tomado de uma forte emoção. E veio à sua mente, dias seguidos, por várias vezes aquela frase: "Deus quer fazer grandes coisas em sua vida!" Ele passou a pensar ainda: pobreza, exploração não é natural não. Eu posso melhorar, eu não nasci para a ignorância, eu nasci para viver descentemente.
Demorou ainda um ano e metade de outro para Elias tomar coragem e declarar a irmã Sueli que gostaria de estudar no seminário. Ela perguntou para ele se já sabia ler. Com a sua negativa, propôs para ele entrar inicialmente como ouvinte e fazer um curso de alfabetização. O seminário tinha também uma turma de alfabetização para adultos, ele foi aceito como aluno na condição de aprender a lê. Segundo Elias foi o dia mais feliz de sua vida, o primeiro dia de aula. Estava ali o "beradeiro", analfabeto estudando com um professor da capital.
Elias hoje faz parte da turma concluinte do curso básico em teologia, depende da pensão da esposa, lê razoavelmente bem e tenta escrever, continua socialmente ainda situado abaixo da linha do ideal, mas conquistou uma estrutura em sua alma que não se pode mensurar.
Nós que fazemos o seminário sertanejo da Juvep acreditamos na libertação proporcionada pelo cristianismo para o homem, promovendo-o a condição de cidadão do céu e, portanto já podendo viver numa percepção de dignidade, direito e valorização de si mesmo e do semelhante alicerçado pelo amor de Jesus, já aqui na terra.
*beradeiro - gente ignorante do sítio, os mesmos são discriminados pelos que moram na zona urbana sertaneja.
3 Comentários:
Eu acredito no resgate do Evangelho. Viva Jesus!
O Evangelho também resgata da pobreza.
O Evangelio simples e puro resgata a todos!!!
A Verdade é libertadora!!!
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