Não Saia de Jerusalém - Sem o Espírito Santo não há obra de Deus - IV
Não Saia de Jerusalém
Lc 24.13-33
É natural, na crise, buscar uma forma de escape. A fuga é cogitada sempre que lutas, crises, reveses e dificuldades de sobrevivência ocorrem.
Lc 24.13-33
Enxergamos-nos e Crescemos na Crise
Só temos a nossa espiritualidade, santidade, maturidade espiritual
provada nas crises. São nas crises que percebemos o nosso nível de tolerância,
paciência, capacidade de perdoar e pedir perdão, profundidade no relacionamento
com Deus, em quais bases e condições e motivações nos relacionamos com Ele.
É quando a luta financeira se instaura e o medo do amanhã, da perda de
status, numa relação direta com o ter.
Quando Deus permite sermos caluniados. Pessoas que se levantam
questionando a legitimidade do nosso ministério, ou profissão, numa insinuação
que coloca em duvida a honestidade pela qual zelamos muito.
Só sabemos de nosso nível de maturidade quando os nossos tesouros são
ameaçados; quando a enfermidade vem e nos faz sentir o cheiro da morte querendo
atingir-nos ou a um ente querido. Provocando medos e inseguranças que pode nos
fragilizar de forma grave.
Como temos reagido às crises?
Não se mede a espiritualidade de uma
pessoa só pelas suas ações, mas principalmente pelas suas reações não premeditadas. É natural, na crise, buscar uma forma de escape. A fuga é cogitada sempre que lutas, crises, reveses e dificuldades de sobrevivência ocorrem.
As guerras são uma das causas que mais provocam
êxodos e imigrações, também as grandes crises
econômicas ou problemas climáticos como as secas
A Questão
climática foi o argumento mais forte para saída de nordestinos sertanejos para
as grandes cidades de outras regiões. O nordestino se espalhou por todo
território nacional. São também conhecidos como os judeus brasileiros.
Tivemos vários
momentos de intensa migração em decorrência desses ou de outros motivos. No
Brasil, principalmente para o sul e sudeste, levas de imigrantes italianos e
alemães, no final do século XIX, se estendendo, também, no inicio e até próximo
do final da primeira metade do século XX uma grande leva de japoneses todos
buscando nas terras brasileiras, melhores condições de vida.
Nem
sempre é negativa a fuga, às vezes é sábio e prudente. No entanto fugir para se
ver livre de um processo de Deus, é imprudente, é perigoso. Não se foge das
provas de Deus. Para onde formos à prova nos seguirá. Quando Deus tem um
propósito de tratar o caráter, por
exemplo, Ele vai mexer com valores
materiais e morais, Ele vai até o fim. Não adianta fugir.
Temos
a tendência natural de querermos desistir dos projetos, de sonhos, de
propósitos, mesmo tendo a convicção de que Deus nos levou até ali.
O mecanismo de
defesa da alma, por instinto, às vezes dispara o alarme de fuga – “saída pela
esquerda!” Como dizia o Leão da Montanha, simpático personagem dos desenhos
animados nos anos setenta. Mas, se temos a convicção de que Deus está no
processo, seja aonde for, fazendo, não importa o que, não devemos desistir
nunca. Se Deus mandou, Ele se responsabiliza; não importa o quanto dói, quando
Ele tem um propósito, os resultados, no tempo certo virão à tona e, mais
adiante colheremos as bênçãos do processo.
Quando alguém
está doente fisicamente e corre risco de vida invariavelmente é encaminhado
para se submeter à cirurgia. As pessoas apesar do medo não fogem da mesa
cirúrgica.
Deus quer
tratar nos proporcionar crescimento espiritual. Para tanto nos levar para um
processo de tratamento mais profundo em nosso ser. Por isso permitirá passarmos por circunstancias,
algumas vezes, humilhantes e doloridas, nos privando de determinados confortos,
honras, companhias e privilégios que podem ‘estragar” nossa comunhão e
crescimento espiritual.
Com certeza
Deus quer arrancar, de nosso ser, elementos nocivos à saúde espiritual, à
comunhão com Ele.
O tratamento
de Deus é vital para o nosso crescimento espiritual. Mas, temos medo. Nos
“preservamos” demais. Apesar de sermos novas criatura, de o Espírito Santo
habitar em nós, ainda podemos ter sofismas, valores entranhados que impedem a
perfeita comunhão com o Senhor (1Co 10.13).
Deixemos Deus
tratar. A anestesia que ele usa é perfeita, Ele não deixa passarmos pelo que
não podemos suportar.
A aparente desonra, doenças, carências, com
Deus no barco é melhor que o conforto, a honra, a fama, a fartura, a riqueza, a
“paz” sem a presença do Senhor.
É
muito importante a convicção de que estamos no centro da Sua vontade. Quando
vir o tratamento, o treinamento dEle em nossas vidas, estaremos conscientes de
que é necessário passar pelo processo. Essa consciência nos ajuda a vivermos a
crise sem cair na tentação de fugir.
Precisamos
assumir as nossas novas vestimentas em Cristo Jesus.
As Novas Vestes em Cristo
Uma
estória nessa proposta:
Havia
um rei que resolveu convidar a todos os súditos a participarem de uma grande
festa oferecida em homenagem ao seu filho.
Um mendigo,
habitante desse reino, ao ler um dos painéis na rua com o convite, reparou na
ultima linha da divulgação, uma observação que informava assim: ‘O traje é de
gala’.
Lendo aquilo o
pobre homem ficou irado e, num impulso chegou ao palácio real desejando falar
com o rei. Contudo, logo na entrada é barrado pelo segurança que perguntou o
que ele desejava. De pronto respondeu:
- Falar com o
rei.
O segurança
sorriu discretamente e disse:
- Falar com o
rei é muito difícil. Você agendou?
O pobre homem,
em estado de revolta, não respondeu ao guarda. De forma ousada perguntou se o
rei tinha duas palavras. O guarda, em tom ameaçador, indagou se ele não tinha
amor pela liberdade, foi então que o pobre homem explicou:
- Como o rei
podia convidar a todos, independente da posição social, se só poderia entrar
com o traje de gala?
O
guarda depois de ouvir aquele questionamento pediu ao homem que aguardasse,
pois ele iria ver se conseguia um momento com o rei. Passados alguns minutos. O
segurança de volta afirmou:
- Você está com sorte hoje em?!,
o rei resolveu recebe-lo.
Entrando
no palácio aquele homem muito pobre ficou maravilhado e ao mesmo tempo chocado
com tanto luxo. Passou por varias portas e subiu algumas escadas chegando à
presença do rei, que sorrindo logo perguntou a razão de sua visita.
Depois de o
homem ter alegado que gostaria de participar da festa mais não tinha roupas
adequadas, o rei prontamente disse:
- Não seja por
isso, vamos resolver esse problema. Chamem meu filho.
Alguns
segundos após, entra na sala do rei o príncipe. De forma repentina a sala ficou
mais iluminada, parecia que a primavera tinha chegado, o cheiro do ambiente se
tornou muito agradável. O sorriso do príncipe era de uma beleza e de um brilho
incomparável.
O
rei pede ao filho que leve aquele homem para a sala do guarda roupa. Chegando
lá com o príncipe, o pobre homem maravilhou-se com a imensidão e beleza do
quarto.
O
príncipe, muito simpático, abre a portas do guarda roupa e mostra todas as
variedades de tecidos, cores e modelos
das vestes contidas ali.
O
homem estava tonto sem saber o que escolher. O príncipe, então, em seu auxilio,
escolhe uma roupa lilás muito elegante.
Aceitando
prontamente a sugestão, ele tirou a roupa velha que estava suja e desgastada e
vestiu a nova, mas olhando pra baixo, lembrou de que as roupas duram pouco e
seria seguro guardar aquela roupa antiga.
Ao
o ver abaixar-se e pegar a antiga roupa, o príncipe lhe disse que não
precisava, pois a roupa nova era indestrutível. Mesmo assim ele insistiu.
No jantar, a
noite, as palavras mais freqüentemente pronunciadas, pelos convidados foram:
abundancia e fartura.
Havia todos os
tipos das melhores comidas conhecidas, contudo o homem que recebeu a bela roupa
lilás segurava com uma das mãos a velha roupa e, por isso, não podia desfrutar
de todas as iguarias, só comia com uma das mãos.
Um ano depois,
o rei e o príncipe andam por uma das ruas da cidade e observam que estava
deitada na sarjeta, uma pessoa vestida de lilás. Aproximaram-se e perceberam
que se tratava daquele homem. Ele estava com a velha roupa, servindo como
travesseiro, na cabeça,mas estava morto.
Deus quer
arrancar de você a velha roupa, do velho homem.
Não fuja!
Confie! Deixa Ele lhe levar para a sala de cirurgia.
Em
Lucas 24. 13-35 Temos dois discípulos se retirando de Jerusalém exatamente no
dia em que o Messias afirmava que iria ressuscitar (Mt 16.21; 17.24;
18.19;27.64; Lc 9.22; Lc 18. 32,33, entre outros). Estavam indo para Emaús, uma aldeia que era
distante 11 km de Jerusalém.
O
que levou aqueles dois homens a saírem de Jerusalém, cidade que o Messias foi
sepultado exatamente no dia da ressurreição? Com certeza eles não estavam
indo a Emaús com o intuito de fazer alguma coisa relacionada ao Mestre.
A realidade
espiritual deles está clara na narrativa de Lucas. Eles não reconheceram o
Mestre quando se dirigiu a eles com uma pergunta (Lc 24.16-18). Quando saímos do centro da vontade de deus
podemos perder o discernimento de sua presença.
Eles não estavam mais
acreditando na messianidade do Mestre mesmo com o testemunho das mulheres
referente à ressurreição, apesar de alguns outros discípulos terem confirmado
quanto ao tumulo vazio (Lc 24.22-24).
Sem a comunhão com Deus, invariavelmente, tornamo-nos céticos e
pessimistas, perdemos a esperança, tendemos a culpar os outros, todos são
culpados menos nós.
No ministério é comum
encontrarmos líderes transferindo a responsabilidade para os superiores, alegam
que eles são os responsáveis pelo eventual fracasso. Falta de apoio, de
pastoreio. Todos estão errados menos ele.
É terrível admitir o
fracasso, que perdeu, errou, ou se está com medo.
É tentador construir um
bom discurso se eximindo de toda e qualquer culpa para poder fugir do processo
com a consciência tranqüila.
Podemos
concluir com esse texto: quando a crise
se instaura e compromete a nossa visão e ou fé é imprescindível à intervenção
do senhor Jesus. A Sua ação sabia e soberana, é decisivo para o crente.
Precisamos dEle.
Jesus foi ao
encontro daqueles dois discípulos para resgatá-los da incredulidade, do
desanimo. Ele se aproximou, acompanhou, ensinou, exortou, abriu-lhes os olhos
espirituais (Lc 24.15,25-31).
È necessário
deixar Jesus totalmente no controle nos momentos de crise. Só Ele pode nos
ajudar a perseverar mesmo parecendo estar tudo errado. Os dois homens a caminho
de Emaús estavam sobre o impacto de uma aparente derrota. Não é fácil encarar a
morte com sobriedade nem discernir vitória com ela presente.
Sem o Espírito
Santo não se persevera no lugar e na posição que o Senhor nos colocou.
Ele confronta
com os pecadores – Gn. 6.3
Ele convence e
reprova – Jo 16.8
Ele encoraja e
motiva à Igreja ao crescimento - At.9.31
Ele nos ajuda
quando a crise quer nos sufocar – Rm 8.26
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